![]() | Florindo Flávio Pinho |
Florindo, o Gigante de Ébano (matéria reproduzida na Revista do Inter nº 32)
Zagueirão brilhou no Inter nas grandes vitórias da década de 50
Por Aleco Mendes

O zagueiro era titular de um dos melhores times da história do clube, tendo vencido cinco campeonatos gaúchos na primeira metade dos anos 50 e o famoso clássico Gre-Nal. Na ocasião, no dia 26 de setembro de 1954, o Inter deu um ‘baita’ presente ao adversário: uma sonora goleada no Gre-Nal dos festejos de inauguração do estádio Olímpico. O goleiro Sérgio foi o melhor jogador do tricolor, que evitou uma goleada ainda maior. Larry fez quatro gols nos 6 a 2. O Inter treinado por Teté jogou com Milton Vergara; Florindo, Lindoberto; Oreco, Salvador, Odorico; Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Canhotinho.
Já na conquista da medalha de ouro no Pan, Florindo foi chamado de ‘Gigante de Ébano’. O apelido dado pela imprensa que fazia cobertura do campeonato foi em razão de sua grande exibição do início até a grande final contra a Argentina. “Antes de irmos diziam que não seria possível uma seleção de província representar o Brasil lá fora. Fomos e vencemos no México”, orgulha-se. A Seleção Brasileira no Pan-Americano foi formada basicamente por jogadores gaúchos, sendo oito do Inter – entre eles os atacantes Larry, Chinesinho, Luizinho e Bodinho.
Quem trouxe Florindo do Flamengo para o Inter foi o lendário técnico Teté. O defensor chegava ao antigo estádio dos Eucaliptos para fazer história, não só nos gramados. “O Ephraim Pinheiro Cabral, presidente na época, me perguntou se eu tinha um centroavante para indicar e então não pensei duas vezes e o Larry também veio do Rio de Janeiro para o Inter”, conta Florindo, que hoje vive em Porto Alegre. Para muitos, ele foi ainda maior na história colorada: “Florindo e Figueroa foram os dois melhores zagueiros que eu vi jogar nestes quase cem anos do Inter”, ressalta o ex-goleiro Milton Vergara.
No entanto, o fato que mais lhe marcou na carreira não foi o Gre-Nal nem o Pan e, sim, outro clássico Gre-Nal no Estádio Olímpico. “Foi quando em um ataque adversário eles iriam fazer um gol de cobertura no goleiro La Paz, então usei minha disposição e velocidade para fazer a cobertura na linha do nosso gol. Tirei a bola de bicicleta e ela saiu por cima do travessão. Todos aplaudiram em pé, não só os colorados”, relembra.

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