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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Milton Vergara


Milton VergaraMilton Vergara
Milton Ramos Vergara


Carreira:
1950 a 1956 – Internacional
1952 – Foi emprestado ao Brasil de Pelotas
1956 – Esportivo de Bento Gonçalves
1958 e 1959 – Atlético Paranaense
Títulos:
1950 – Campeão Gaúcho Juvenil
1952 – Campeão Gaúcho
1953 – Campeão Gaúcho
1953 – Campeão do Torneio Quadrangular Régis Pacheco (Bahia)
1955 – Campeão Gaúcho
1958 e 1959 – Campeão Paranaense
Milton Vergara, o goleiro dos 6x2 (matéria reproduzida da Revista do Inter nº 30)
O camisa 1 da histórica goleada sobre o rival na inauguração do Estádio Olímpico
Por Luiz Felipe Mello
No bairro Cavalhada, a rua Ângelo Barbosa é um local especial. Não apenas por ter casas singelas, com pessoas humildes nas suas respectivas acomodações, e sim por uma em particular. Um lar feito de madeira onde reside um personagem cheio de histórias: Milton Vergara, o camisa número 1 do Rolinho e sucessor de Ivo Winck, arqueiro do Rolo Compressor.
Milton Ramos Vergara, nascido em Porto Alegre, começou no futebol de várzea em 1947, na vila Cristal. Chegou para ficar no Internacional somente em 50, quando o Clube estava prestes a montar uma nova geração do Rolo Compressor. A década de 40 tinha mostrado ao Rio Grande do Sul um grupo que realmente jogava por música. O time mais ofensivo que os pampas já viram.
Em Gre-Nais, o Internacional da época tinha a marca de 19 vitórias, cinco empates e apenas quatro derrotas em 29 jogos. Toda saga precisa de uma continuação. E essa conservação do talento colorado residia no Rolinho. No seu primeiro ano de Inter, Vergara foi integrado aos Juvenis. Lá venceu o Campeonato Gaúcho da categoria. “Há alguns anos que o Internacional não ganhava o Campeonato Estadual da base. A competição era composta de dois turnos. O Inter venceu o primeiro e o Grêmio, o segundo. A decisão ocorreu em três Gre-Nais. Dois terminaram em 0x0 e o último e decisivo foi nos Eucaliptos, vitória nossa por 1x0”, recorda. Era um sinal.
Em seguida, ocorreu a primeira incursão de Vergara no time do Rolo Compressor. Como veio para o Inter ainda garoto, havia dois goleiros na sua frente. Ivo Winck, dos aspirantes, e Everton, dos profissionais. Winck adoeceu, então Vergara foi relacionado para a partida contra o Inter de Santa Maria, fora de casa. No último instante, Everton não pôde jogar e o técnico Teté chamou Vergara para assumir a camisa número 1. “Na hora estava emocionado porque iria jogar com muitos craques do Rolo Compressor. Foi aí que Nena, zagueiro da época, se aproximou e disse: Oh, garotão, o problema é esse. Tu vais lá, vens cá e ficas aí no gol que não tem mistério”, relembra o arqueiro entre risos.
A crônica nacional já afirmava que o Internacional tinha de bom era o goleiro, que sabia se colocar de baixo das traves e sair do gol. A estreia como profissional não poderia ser mais importante, em um Gre-Nal no campo do Renner. “Tudo aconteceu de última hora. O técnico me chamou para jogar e momentos antes, ainda no vestiário, quando fui calçar a chuteira, estava tremendo. A partir daquele momento engatei como goleiro do Internacional”, conta.
Vergara afirma que viu o melhor centro-médio de toda história do Internacional: Salvador. “Quando fomos a Montevidéu, jogamos com o Peñarol e até vencemos o jogo por 2x1. O time deles tinha um jogador chamado Obdulio Varela. Ele inventou de sair do Peñarol e então o clube uruguaio decidiu substituí-lo com o “negro Salvador del Internacional”. O meu grande amigo foi contratado para o lugar de um dos melhores volantes do mundo”, conclui.
Os anos se passaram e o Rolinho ganhou notoriedade com os títulos gaúchos de 50, 51, 52 e 53. Mas um feito igualmente importante ocorreu no ano seguinte. Dia 26 de setembro de 1954 é a data de inauguração do Estádio Olímpico. Para azar do rival, esse também foi o momento da estreia da Academia do Povo na nova morada do inimigo. E veio com uma goleada histórica: 6x2. Vergara integrou o time que calou pela primeira vez a torcida gremista dentro de sua casa. Sob o comando de Teté, o Colorado foi a campo com Milton Vergara, Florindo, Lindoberto, Oreco, Salvador, Odorico, Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Canhotinho. “No começo da festa eles saíram na frente. Ficaram loucos. A partir daí começamos a jogar e empatamos, viramos e logo em seguida virou goleada. No quarto gol, o goleiro do Grêmio, o Sérgio saiu chorando de campo. Foi preciso o Larry e o lateral deles, o Ênio, o trouxeram de volta”, lembrou.
Atualmente, depois das décadas de glórias pelo Inter, Vergara freqüenta viagens para os consulados do interior do Estado. Ao lado de outros craques, colabora decisivamente na consolidação da imagem do Clube em outras cidades e na arrecadação de novos sócios.
O treinador de Goleiros
Nos tempos de Juvenil, Milton Vergara tinha como treinador de goleiros nada menos do que Ivo Winck, arqueiro do Rolo Compressor. “Cada jogo da nossa categoria ele ficava atrás do gol para passar orientação. Mudava o lado e lá estava ele passando os ensinamentos. Sou o goleiro que sou graças ao Ivo Winck, devo isso a ele.”
Corpo Fechado
“Os jornais da década de 50 afirmavam que eu, Florindo e Oreco tínhamos corpo fechado. Para passar era difícil e, se passavam pelos defensores, o goleiro pegava. Foi um apelido que pegou na época.”


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